sexta-feira, 2 de abril de 2010

Gosto quando a minha memória brinca de preparar boas surpresas e traz à tona lembranças que parecem surgir do nada. Aquelas que aparecem, de repente, sem ter nenhuma vinculação perceptível com algum fato ou experimento dos sentidos. É provável que a mente tenha lá as suas motivações para trazê-las ao nosso encontro, mas não deixa pistas para que possamos compreendê-las. Essa é uma das partes prediletas da brincadeira: de vez em quando, não conseguir entender, nem tentar, é um descanso. Um convite para somente sentirmos, nós que costumamos agir como se fôssemos impelidos a entender tudo o tempo todo. É um alívio quando descobrimos a liberdade que há em apenas dizer “não sei”, mesmo que isso dure pouco, mas o suficiente para permitir que alguns cansaços descansem.
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Ana Jácomo.

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